Ex-presidente, que está preso desde 22 de novembro na Superintendência da PF em Brasília, será operado no Natal
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi internado no Hospital DF Star, em Brasília, na manhã desta quarta-feira (24), para passar por uma cirurgia de hérnia inguinal bilateral, marcada para ocorrer na quinta-feira (25). (Entenda condição abaixo).
Aos 70 anos, o ex-mandatário, que está preso desde 22 de novembro na Superintendência da Polícia Federal (PF) após condenação por tentativa de golpe de Estado, passará pela oitava cirurgia desde a facada sofrida durante campanha eleitoral de 2018. Ele deixou a sede da PF em Brasília por volta das 9h30 e chegou ao hospital minutos depois – o trajeto é de menos de 10 minutos.
Procedimentos pré-operatórios devem ser iniciados hoje e a cirurgia deve ser feita amanhã. A hérnia inguinal, caracterizada pelo surgimento de uma saliência na região da virilha devido a uma fragilidade na parede abdominal, atinge cerca de 3% da população. No caso de Bolsonaro, a condição é bilateral, ou seja, afeta os dois lados da virilha simultaneamente.
Embora possa afetar qualquer pessoa, a hérnia inguinal é mais comum em homens e pode aparecer tanto em recém-nascidos quanto em idosos.
O que é a hérnia inguinal?
A hérnia inguinal ocorre quando parte de um órgão interno, geralmente o intestino, atravessa uma área enfraquecida da parede abdominal e forma um abaulamento perceptível na virilha, segundo o Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD).
O problema também pode surgir ao longo da vida por fatores que enfraquecem a musculatura abdominal, como tosse crônica, constipação intestinal e dificuldade para urinar, segundo a instituição.
Segundo o CBCD, os sintomas incluem dor ou desconforto, que pode piorar ao tossir, levantar peso ou fazer esforço físico, e o aparecimento de uma protuberância na região.
Em casos mais graves, pode haver o chamado estrangulamento da hérnia, quando o intestino fica preso fora do abdômen, interrompendo a circulação sanguínea e exigindo cirurgia de urgência. A perícia da Polícia Federal classificou a cirurgia de Bolsonaro como eletiva, ou seja, um procedimento agendado e não urgente.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico é feito por exame físico, e, na maioria dos casos, não há necessidade de exames de imagem, com o paciente percebendo uma saliência na região. A única forma de tratamento definitivo é a cirurgia, chamada herniorrafia, que pode ser feita por técnica aberta (com corte) ou por videolaparoscopia.
O procedimento consiste em empurrar a víscera de volta para o abdômen e reforçar a parede abdominal com uma tela de polipropileno, que reduz o risco de recidiva.
No pós-operatório, é indicado evitar esforços e passar por um processo gradual de reabilitação física.
Pedido de cirurgia
No dia 15 de dezembro, a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro solicitou ao ministro autorização para a realização de uma cirurgia considerada urgente. O pedido foi protocolado após exames médicos indicarem a necessidade de um procedimento de herniorrafia inguinal bilateral, além de intervenções complementares.
No pedido enviado ao STF, os advogados pediram que Bolsonaro fosse removido, "com a máxima urgência", para hospital onde deverá passar pela cirurgia e permanecer internado pelo tempo necessário para a recuperação clínica adequada. Após perícia da PF, o ministro Alexandre de Moraes autorizou a cirurgia.
Jair Bolsonaro está preso desde 22 de novembro, na Superintendência da PF em Brasília. Ele foi condenado a 27 anos e três meses de prisão em regime fechado por tentativa de golpe de Estado.
FONTE: SBT NEWS
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